Olá amigos
profissionais do ramo da Construção!
Gente...
Analisando
um pouco mais de perto esta nossa crise, resolvi escrever este post para que
tenhamos uma noção de, “a quantas anda” nosso ramo, que hoje já vê uma baixa
nas vendas e no serviço. Este post, diferente dos outros, é um poucos extenso,
mas vale muito a pena dar uma olhada.
De acordo
com o Site Exame.com, o setor vive uma crise jamais vista no Brasil. Somente em
São Paulo, notificaram 600 mil demissões em
apenas 12 meses.
Segundo
levantamento de MELHORES E MAIORES, a rentabilidade do setor caiu de 11,2% em
2013 para 2,3% em 2014 e apenas três das 23 empresas de construção
classificadas entre as 500 maiores do país conseguiram crescer no último ano. A
Odebrecht, a maior delas, teve queda de 32% nas vendas.
Especialistas
e executivos do setor ouvidos por EXAME são unânimes em afirmar que a
recuperação da crise será lenta e deverá começar apenas
em 2017.
“Muitas empresas ficarão pelo caminho. Mas
mesmo as outras companhias terão até cinco anos difíceis pela frente”, diz Claudio Porto,
presidente da consultoria Macroplan.
O
mercado de construção civil, obviamente, não é o único que sofre com a retração
econômica do país. Outros setores, como a autoindústria, tiveram um 2014 ainda
pior, com retração de 15% nas vendas. As fabricantes de eletroeletrônicos
encolheram 9%. Todos eles sofrem de uma nefasta combinação de inflação
perigosamente alta, desemprego crescente, aumento dos juros, restrição no
crédito, falta de confiança no governo.
O site Exame.com
ainda salienta que o mercado de construção tem peculiaridades que tornam sua
situação particularmente complexa. O próprio setor contribuiu para sua
derrocada, tanto no caso das construtoras de imóveis quanto no caso das
empreiteiras. No primeiro grupo, anos de euforia levaram a um excesso de
ofertas em algumas grandes cidades — e, em consequência disso, uma “paradeira”
geral nos lançamentos.
No segundo, o
problema, como bem se sabe, é o estouro do escândalo de corrupção flagrado pela
Operação Lava-Jato. Mas o lado mais particular — e perverso — da crise da
construção é o potencial que ela tem de piorar ainda mais a economia
brasileira. A começar pelo seu tamanho — o setor é responsável por cerca de
6,5% do produto interno bruto do país e emprega, diretamente, mais de 3 milhões
de pessoas.
Uma crise, portanto,
provoca um efeito dominó em toda a economia. A prisão dos executivos das
maiores empreiteiras do país, por exemplo, levanta uma dúvida sobre o andamento
das principais obras de infraestrutura e até da Olimpíada de 2016. Novos
leilões de infraestrutura estão em xeque.
As dívidas das
empreiteiras — que passam de 100 bilhões de reais — também podem levar os
principais bancos do país a perdas que, por sua vez, restrinjam ainda mais a
concessão de crédito. Apenas a Odebrecht, cujo presidente, Marcelo Odebrecht,
foi preso em 19 de junho, tem 63 bilhões de reais em dívidas.
Para entender a
lentidão na recuperação, é preciso analisar separadamente a situação das
empreiteiras e a do mercado imobiliário.
A matéria analisa os
ramos e setores e conclui que no segmento de imóveis comerciais e residenciais,
o maior problema é o excesso de estoque das companhias. Incorporadoras como
Even, Gafisa e PDG têm imóveis prontos ou em construção que equivalem a quase
dois anos de vendas. Na Rossi, o estoque é de 50 meses.
Salienta também que até
2016, pelo menos, a principal missão dessas empresas será se livrar de todos
esses apartamentos. Para isso, elas estão dando descontos de até 50% no preço
dos imóveis. Então podemos entender que a ordem é colocar dinheiro em caixa o
mais rápido possível para pagar as dívidas e parar de perder dinheiro.
De acordo com
Exame.com a volta dos lançamentos ainda não está no radar. No primeiro
trimestre, as incorporadoras de capital aberto cortaram 68% dos lançamentos na
comparação com o início de 2014. Seis das 13 incorporadoras de capital aberto,
como Tecnisa e Brookfield, não lançaram um único empreendimento neste ano.
O problema é que,
quanto mais agressivas as promoções, maior o número de clientes que desistem de
pagar apartamentos comprados nos últimos anos e que estão sendo entregues agora
— valendo menos do que na hora da compra. Os distratos, como são chamadas as
devoluções, deverão somar 7 bilhões de reais no ano, segundo a agência de risco
Moody’s. “Enquanto não se livrarem dos estoques atuais, as empresas não têm
como pensar no futuro. Dificilmente o cenário melhorará antes de 2017”, diz
Lucas Gregolin Dias, analista do Banco Fator.
Tentar recuperar o
valor de mercado perdido é uma tarefa de prazo ainda mais longo. Desde o pico,
em 2010, as incorporadoras listadas perderam 41 bilhões de reais de valor de
mercado.
Entre as
empreiteiras, estimar o ritmo de recuperação é impossível enquanto a Operação
Lava-Jato não for concluída. Por enquanto, o governo não deu sinais de que pode
suspender contratos públicos com essas companhias durante as investigações.
Mas, caso sejam punidas, as empreiteiras podem encontrar restrições legais para
entrar em licitações.
Antes mesmo que isso
aconteça, podem enfrentar problemas de liquidez e atrasos de pagamentos para
obras em andamento, como as hidrelétricas de Belo Monte ou o porto do Rio de
Janeiro, que estão sendo tocados pela Odebrecht, ou a Vila Olímpica do Rio de
Janeiro, a cargo da Camargo Corrêa.
A matéria retrata uma
certeza no caminho das empreiteiras. A oportunidade de negócios está em queda.
Apesar do novo pacote de infra-estrutura, anunciado em junho pelo governo, os
investimentos em obras públicas deverão cair 19% neste ano, algo como 25
bilhões de reais, segundo a consultoria InterB.
A Petrobras,
principal cliente das empreiteiras investigadas na Lava-Jato, prevê cortar
cerca de 30% dos investimentos até 2019 — apenas em 2015, o corte previsto é de
15 bilhões de dólares. Com o governo segurando as despesas, essas companhias
também terão dificuldades de receber aditivos de obras em andamento.
A Andrade Gutierrez,
cujo presidente, Otavio Azevedo, também foi preso em 19 de junho, precisou
captar no fim de 2014 um empréstimo de 400 milhões de reais por causa do atraso
de uma série de pagamentos. Sem caixa e sem novos contratos, o último recurso
dessas companhias é entrar com recuperação judicial para renegociar as dívidas,
como já fizeram a OAS e a Galvão Engenharia. O desenrolar das investigações
pode forçar outras companhias a seguir esse caminho.
A velocidade com que
o setor de construção sairá da crise depende, claro, do “humor” da economia
como um todo e do insondável futuro da Lava-Jato. Mas o governo também pode
ajudar. No caso das empreiteiras, fatiar novos pacotes de concessões em pedaços
menores poderia trazer novas construtoras, menores e possivelmente estrangeiras,
para o jogo.
Para o mercado imobiliário, o jeito seria
facilitar o crédito, hoje em queda livre, liberando uma parcela maior do
depósito compulsório dos bancos. Mas, em ambos os casos, seriam medidas
essencialmente paliativas.
Como podemos ver
nesta matéria, não foi fácil criar uma crise do tamanho da atual e, sem
duvidas, sair dela não há de ser diferente.
Deixe seu comentário,
vamos debater sobre isso,o que você vê com relação a esta crise?
Um grande abraço!
Em breve mais postagens como essa.
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